sábado, 16 de novembro de 2013

Queridos visitantes, é com prazer que anuncio a inauguração do espaço terapêutico

DHANVANTARI Ayurveda & Yoga

Dia 19 de novembro, terça-feira, 914 Sul, Casa do Maranhão (ao lado do Hospital Planalto).

Programação:

10h10 . Abertura do espaço;
10h30 . Agni Hotra,
cerimônia Védica do fogo;
11h30 . Meditação Zen Budista,
com Luanda Iida;
16h00 . Aula aberta de Kundalini Yoga.
com Shivprem Kaur;
17h00 . Palestra: Ayurveda e Jyotish,
constituições, características e
tratamentos, com Mário Neto e Nirañjana das. Na ocasião será sorteda e realizada uma avaliação de Ayurveda e Jyotish

Degustação da culinária ayurvédica durante o evento;

Todas as atividades são gratuitas!

Informações:
www.dhanvantarinectar.wix.com/danvantarinectar

Jay Krishna dasa - 61 8116 0593 | 61 9962 0111

Nirañjana das (Raphael Silva) - 61 92145735



quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Para que serve a Astrologia Védica?

Você já teve a sensação de que a vida às vezes parece estar pregando uma peça? Já se perguntou de onde poderia ter surgido determinada situação, boa ou ruim, sem que você precisasse (aparentemente) fazer nada para que tal evento acontecesse? Já viu certezas transformarem-se em incertezas e vice-versa? Se sente confuso, sem perspectiva? Ou gostaria de um auxílio para mirar melhor seus objetivos? A Astrologia Védica, Jyotish, é a ciência que estuda a ação (karma) no tempo, e como e quando o resultado de tais ações se manifestam em nossas vidas. O karma pode ser positivo (resultados agradáveis), negativo (resultados desagradáveis) ou misto (trazendo ambos os resultados). A entidade viva encontra-se emaranhada numa rede de padrões, comportamentos e simbolismos, que quando alterados positivamente, podem trazer resultados benéficos, que culminam na capacidade de cada um se tornar responsável por suas ações, construindo um caráter baseado em bons princípios e valores. Marque sua consulta e dê um passo para uma maior compreensão de si mesmo e de seu papel na terra!

Contatos por skype (ralmsilva82) e e-mail (niranjanadas108@gmail.com) 

quinta-feira, 21 de março de 2013

Os planetas, os gunas, o tempo e a existência material


Este tema - as relações entre os planetas, gunas, o tempo e nossa existência pela ótica dos Vedas e da astrologia védica - é filosófico, profundo e complexo. Para entendê-lo é necessária uma mudança de paradigma, apoiada pelo suporte de uma tradição fidedigna, onde o guru (professor e/ou mestre espiritual) tem um papel fundamental na transmissão do conhecimento. Portanto, trago algumas considerações sobre o assunto, buscando sempre o embasamento escritural e do parampara (tradição), para dar ao leitor uma ideia do que se trata o horóscopo, ou mapa astral e, em última análise, a relação entre entidade viva e energia material.


A entidade viva, ou jiva, sob contaminação material, encontra-se condicionada. Srila Prabhupada, um grande e autêntico mestre de uma tradição espiritual antiga, o Gaudiya vaishnavismo,  explica na introdução de seus comentários ao Bhagavad Gita: “A consciência falsa manifesta-se naquele que se julga um produto da natureza material. Isto é chamado falso ego”. Ou seja, aquelas pessoas (praticamente todos nós no mundo Ocidental) que entendem-se como um produto de interações físico-químicas entre elementos materiais não estão conseguindo compreender o seu verdadeiro eu, e sua verdadeira posição. Este eu, eterno, está em uma eterna relação com o Supremo; entretanto, encontra-se “desconectado” por sua falsa compreensão corpórea de vida atual. Yoga significa união, e a união de que trata o Bhagavad Gita é aquela entre a entidade viva e a Pessoa Suprema, fonte de toda existência, conhecimento e prazer, que possui vários nomes. Em nossa tradição em particular, um de Seus Nomes é Krsna, o todo-atrativo.


A história de como surge o universo pela visão dos vedas é intrincada e complexa. Não faz parte do escopo do presente texto, e será melhor explicada em um artigo posterior. No momento, basta que o leitor entenda o seguinte: nós não somos este corpo material. Nós somos a consciência - que pode encontrar-se manifesta ou imanifesta, mais lúcida ou menos lúcida, dependendo de condições biológicas específicas (dadas pelos gunas, como veremos adiante) - e transmigramos de corpo em corpo, enquanto perdurar o conceito ignorante (o falso ego) de que somos produtos dessa energia material. Assim como a energia material é eternamente temporária, a identificação com ela também o é (pelo menos até o momento em que a entidade viva livra-se do enredamento material, através dos processos de yoga descritos no Bhagavad Gita e em outras escrituras). A ilusão desenvolve-se e vai adiante: além de acharmo-nos o corpo, também acreditamos sermos os donos dos frutos de nossas ações. Assim, nos encontramos com o elemento fundamental do enredamento material - o karma, ou ação.


Como foi dito anteriormente, a entidade viva é eterna, e está eternamente condicionada. Logo, eternamente ela pratica ações, aguardando sempre o seus resultado. Se forem boas ações, ela receberá bons resultados; se forem más, ela receberá resultados ruins; ações mistas trarão resultados mistos. O meio pelo qual esses resultados se manifestam é explicado pelo  sábio Parashara em seu Brhat Parashara Hora Sastra:

Existem muitas encarnações do Supremo Espírito não-nascido,
O responsável pela emancipação das entidades vivas, Vishnu, expande-se em nove grahas (planetas) para dar aos seres vivos os resultados de seu karma (ações);

Os planetas, na astrologia védica, são chamados de grahas. Como avatares de Vishnu, eles são os controladores do karma: nessa vida, recebemos os frutos - bons ou ruins - de acordo com nossas ações passadas, no devido tempo. Um dos significados da palavra graha é eclipse. Logo, os planetas no mapa astral mostram as influências que fazem com que a alma espiritual seja condicionada - eclipsada de sua posição original de pleno conhecimento.

Os planetas são nove, e estão relacionados com os elementos e gunas da natureza material. Os luminares (que contém luz), Sol e Lua, representam a alma e a mente, respectivamente. Marte rege o fogo, Mercúrio, a terra, Júpiter, o ether (vazio que une tudo), Vênus, a água e Saturno o ar. Esses elementos combinados formam a energia material, que é experimentada pelas entidades vivas através dos sentidos, que conectam a realidade material - dual - à mente. Os planetas também associam-se com os gunas, que são explicados por Krishna da seguinte maneira:

Bhagavad Gita, 14.5:

sattvaṁ rajas tama iti
guṇāḥ prakṛti-sambhavāḥ
nibadhnanti mahā-bāho
dehe dehinam avyayam


“A natureza material consiste em três modos — bondade, paixão e ignorância. Ao entrar em contato com a natureza, ó Arjuna de braços poderosos, a entidade viva eterna é condicionada por esses modos.”

Os gunas são os elementos constituintes da energia material. Eles têm uma relação muito próxima com o tempo, pois é através de seu controle que os gunas manifestam a realidade material. Os gunas são três: rajas, sattva e tamas. Rajas, traduzido como paixão, é o modo da natureza responsável pela criação; sattva, o modo da bondade, é o responsável pela sustenção; e tamas, o modo da ignorância, é o responsável pela destruição.  Eles se aplicam a todas às camadas da realidade material. Por exemplo, em relação à consciência, tamas guna representa a pessoa que se encontra em completa ignorância - pode estar em coma vegetativo, alucinando devido à utilização de psicotrópicos, ou simplesmente ausência de qualquer conhecimento, preguiça, sono etc. Rajas guna predominante na consciência indica vários desejos, o sentimento de orgulho, individualismo, arrogância, luxúria e, principalmente,  reforço da ação com desejo fruitivo, garantindo à prisão eterna de nascimentos e mortes. Sattva guna indica uma pessoa satisfeita, feliz e em conhecimento, sem ansiedades e preparada para a emancipação material.

O trio responsável pela vida são os planetas que são infundidos de Sattva Guna, a saber: Sol, Lua e Júpiter. Destes, Júpiter é puro Sattva, e representa o Mestre Espiritual, bem como o Mestre Espiritual Supremo, não contaminado pela energia material. O Sol, que representa a alma no mapa astral, é a constância de Sattva, pois seu movimento é sempre regular, sem alterações. A Lua, que representa a mente, em seu estado exaltado é plena de Sattva, altamente nutritivo - o Soma. Marte, Saturno e os Nodos Sul e Norte são os planetas responsáveis pelo tamo guna, enquanto que Vênus e Mercúrio são rajo guna. Marte quebra, despedaça e perfura; Saturno, adoece, atrasa e envelhece; Os Nodos provocam confusão e obstáculos respectivamente; Vênus é o rajas guna associado à procriação e a criação de entidades vivas, enquanto que Mercúrio é o raja guna associado à criação de matéria - dinheiro e trocas materiais.

Dessa maneira, os planetas criam a realidade material através de seus significados (karakas), e as almas são condicionadas a crer nessa realidade temporariamente manifesta como a única possibilidade de existência. Entretanto, existe uma realidade que está além desta criação, e um dos objetivos do Jyotish, ou Astrologia Védica, é lançar luz sobre a sombra criada pelos gunas na mente, de maneira a aliviar as almas condicionadas do pesado fardo do Karma, auxiliando no caminho pela auto-realização. Isso é feito através de remédios astrológicos específicos para cada pessoa: mantras, yantras, pedras preciosas, pujas - remédios esses que serão tema de outro artigo. Haribol